Comer alimentos coloridos é muito saudável. Além do conceito de quanto mais colorido, mais nutritiva a sua refeição, ver as cores do arco-íris no próprio prato provoca uma sensação psicológica de alegria, de paz, aquela tranquilidade por estarmos nos alimentando bem, nos nutrindo de verdade.

As cores revelam a presença de diversos componentes químicos em nossos alimentos: nutrientes, fitonutrientes, vitaminas, minerais e substâncias antioxidantes, que preservam a saúde de nossos sistemas, órgãos vitais e reforçam a nossa imunidade.  

Para a medicina chinesa, as cinco cores: verde, vermelha, amarelo-laranja, branco e preto-violeta, estão vinculadas à saúde e ao equilibrio de nossos órgãos, emoções, estações, aos diferentes ciclos da vida, ao clima, às funções vitais, aos sabores, tipos de nutrientes, etc.

Veja como cada cor pode influenciar a nossa saúde e nos ajudar a escolher a composição de nossas refeições. Que o alimento seja o nosso remédio, perpetuou tão sabiamente Hipócrates, o pai da medicina.

Amarelo-laranjas: produzem efeito antioxidante no corpo, estimulando o sistema imunológico e contribuindo para a proteção da pele, olhos e membranas e mucosas do aparelho urinário, digestivo e respiratório. Os betacarotenos, além de antioxidantes,  contribuem na produção de colágeno e têm capacidade para prevenir certos tipos de câncer, (como mama e ovários) e doenças do sistema respiratório (bronquite, asma). Também são muito ricos em vitamina C.

Vermelhos e rosas: ricos em licopeno, o pigmento da família dos carotenos, responsável por colorir várias frutas e verduras. É importante porque consome os radicais livres e impede danos aos tecidos do organismo, evitando vários tipos de câncer: próstata, ovários, pulmão. Também diminui as chances de doenças cardiovasculares em mulheres. São ricos em vitamina C, favorecendo a produção de colágeno, a imunidade e a cicatrização de feridas. Alguns têm propriedades antivirais e antibacterianas. Por conterem antocianinas, substâncias antioxidantes altamente benéficas, ajudam a combater os processos degenerativos próprios do envelhecimento e nos protegem contra vários tipos de câncer.

Roxos, azuis e pretos: As proantocianidinas e antocianinas, compostos da família dos flavonóides são responsáveis pela cor azul e roxa de algumas frutas, legumes e vegetais. São superantioxidantes porque 50 vezes mais ativos que a vitamina E e 20 vezes mais ativos que a vitamina C. Promovem a flexibilidade e o bom estado dos vasos sanguineos, contribuindo para a  boa saúde do sistema cardiovascular, do sistema urinário e mantém a memória ativa. São anti-inflamatórios e ricos em potássio, protegendo o tecido ósseo, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares e hipertensão.

Vale citar alguns que nâo podem faltar na mesa das pessoas com T21. As uvas negras contêm flavonóides (resveratrol) que estimulam a saúde cardiovascular e o sistema circulatório.  Os mirtilos e as amoras negras contém ácido elágico e catequinas, que nos ajudam a prevenção contra o câncer. Os mirtilos também nos protegem contra o Alzheimer e contra inflamações.

Brancos e amarronzados: a alina é um dos compostos mais representativos dos alimentos brancos. Está presente na cebola, alho, alho poró, aipo e para que se expresse é necessário que esses alimentos sejam cortados ou triturados. São antivirais, reduzem a pressão arterial e ajudam a combater o colesterol ruim. A quercetina, que está presente nas maçãs e cebolas, são alimentos antioxidantes que ajudam na proteção contra tumores e trazem benefícios para a saúde pulmonar.

Os meus tão queridos cogumelos são ricos em selênio, que é excelente contra a anemia, previne contra a hipertensão, protege contra vários tipos de tumores e contra o envelhecimento precoce.

A couve-flor branca protege contra doenças do coração, câncer, problemas digestivos e obesidade.

Verdes: o verde é a cor da vida em todo o planeta. é a cor da clorofila, que transforma a energia do sol em nutrição para os alimentos.

O magnésio presente na clorofila ajuda a regular a pressão sanguínea e a transmissão de impulsos nervosos. É um mineral imprescindível para a nossa saúde porque nos ajuda a absorver cálcio, fósforo, sódio e potássio. Além disso os vegetais verdes são uma fonte de ácido fólico, imprescindível durante a gravidez. Os verdes bem escuros também são poderosos alcalinizantes do organismo.

A vitamina C está  presente e facilita a absorção do ferro presente nas frutas e verduras. Por conterem luteína, previnem a degeneração dos olhos e o desenvolvimento de catarata. Previnem alguns tipos de câncer (pulmão e mama) e ajudam na prevenção contra doenças cardiovasculares. Também são anti-inflamatórios.

Os alimentos crus preservam mais as cores e portanto, quanto mais crus, mais coloridos. A melhor forma de comer colorido vibrante é nas saladas cruas.

Por isso no nosso jantar de ontem preparei uma salada simples (foto), com poucos ingredientes dessa vez, mas que ficou super colorida. Utilizei dois tipos de alface, roxa e romana, a cenoura tradicional e a roxa, rica em antioxidantes e a beterraba raladas, além de tomatinhos cereja amarelo e vermelho. Coentro, avocado e limão, azeite extra virgem, gergelim preto e balsâmico como adereços, para condimentar. Ficou fora de série!

E a melhor parte foi ver o Henrique comendo todo o seu pratinho de salada também!

Para os pratos quentes também vale o quanto mais colorido, melhor. Afinal, quanto mais colorido, mais nutritivo, atrativo e saboroso e mais temos vontade de comer.

Para as crianças o visual no pratinho também é importante.

Dica: devemos insistir em colocar no prato da criança determinado alimento. Mesmo que hoje ela não queira, chegará o momento em que  terá curiosidade de experimentar.

E você, gosta de comer colorido? Conte pra nós se o seu filho/filha já comem salada também. 

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