Amamentação e nutrição

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Se você vai começar a amamentar, meus parabéns duplamente: pelo seu bebê e pelo amamentar! Amamentar é o gesto mais lindo da natureza humana!

A minha dieta durante a amamentação

Considero que essa seja a parte mais importante dessa página, uma forma de enriquecer o seu leite e contribuir para a nutrição do seu bebê. Lembrando que esta dieta também pode ser seguida por gestantes já a partir do segundo mês de gravidez. 

Durante o período de amamentação exclusiva do Henrique segui uma dieta voltada para a nutrição dele através do meu leite e gostaria de compartilhá-la com você. A dieta é recomendada pelo Dr. Zan Mustacchi.

Lembre-se de que esses alimentos vão enriquecer o leite materno e fornecer ao seu bebê fora de série todos os nutrientes, vitaminas, proteínas e minerais que ele precisa especificamente nessa fase. Trata-se de uma dieta direcionada para lactantes de bebês com T21 (síndrome de Down). O objetivo também é o de fortalecer o sistema imunológico do bebê.

O ideal é pensar nessa lista de alimentos tentando inseri-los no seu dia a dia, isso é o mais importante. Ou seja, ainda que você não consiga seguir à risca a quantidade de dias da semana que vai comer e repetir os alimentos, ao menos estará com todos eles no seu radar e no seu cardápio. A dieta não é impeditiva ou restritiva, obviamente você pode e deve comer além desses alimentos, muitos outros! Dê uma olhada, bom apetite e ótima lactância pra você e pro seu bebê!

  • Salmão – 3 vezes por semana
  • Sardinha – 3 vezes por semana
  • Atum – 3 vezes por semana
  • Grão de bico – 3 vezes por semana
  • Feijão
  • Lentilha
  • Couve flor – 2 vezes por semana
  • Berinjela – 2 vezes por semana
  • Abacate – 3 a 4 vezes por semana
  • Melão
  • Frutas vermelhas
  • Castanha do Pará – 2 por dia
  • Suco de uva (integral ou natural)
  • Ovo – 1 por dia
  • Salmon – 3 veces por semana
  • Sardina – 3 veces por semana
  • Atún – 3 veces por semana
  • Garbanzos – 3 veces por semana
  • Porotos
  • Lentejas
  • Coliflor – 2 veces por semana
  • Berenjena – 2 veces por semana
  • Palta – 3 a 4 veces por semana
  • Melón
  • Frutos rojos
  • Nuez de Brasil o fruto seco de Brasil (Castaña do Pará) – 2 por día
  • Juco de uva (integral o natural)
  • Huevo – 1 por día

Essa lista pode servir como guia, contudo, lembre-se sempre de conversar com o seu médico e ou nutricionista.

Amamentação e nutrição

Quando o Henrique nasceu, o meu foco foi todo para a amamentação. Eu vinha ao longo de toda a gestação mentalizando a possibilidade de amamentar (mentalizar é fundamental), para que esse sonho realmente se concretizasse. Eu tinha esse desejo muito forte dentro de mim e consegui e ele conseguiu também e foi realmente mágico. Tivemos essa sintonia fina desde o primeiro momento, desde o instante em que ele nasceu e me brindou com o seu primeiro olhar. E isso só se aprofundou com a amamentação.

Todos sabem que amamentar é fundamental para todos os bebês, não somente por uma questão de nutrição, mas também por causa dos anticorpos que as mães passam para os seus bebês. É uma forma de “vacinar” os bebês e dar-lhes mais proteção. Eles ficam mais resistentes, com uma imunidade maior que a de bebês que passam direto para o leite de fórmula. A recomendação é redobrada para os bebês que têm síndrome de Down, pois eles têm a tendência à baixa imunidade.

Além da “mentalização” que eu comentei, também há que ser persistente e paciente e, além disso, insistir ainda que você encontre adversidades no caminho.

Vou comentar aqui a minha experiência pessoal porque eu vivi uma dessas adversidades que foi a de não ter o “bico do seio” já formado. Então, como eu (e não o Henrique) não consegui começar a amamentá-lo diretamente no meu peito, me vali da orientação que me foi dada no hospital naquele momento, que foi a utilização de bicos de silicone. Eu queria muito amamentar, estava obstinada e isso me ajudou a aceitar essa orientação. Esses bicos de silicone que podem ser encontrados no mercado foram criados, originariamente, para proteger o bico do seio da mãe em casos de rachaduras que são muito comuns, mas eles, na prática podem ter outras funções, tais como ajudar o bebê a mamar em casos como o meu e ajudar a dar formato ao bico do peito ao mesmo tempo. Eles foram fundamentais no meu caso, por isso estou relatando a utilização, mas claro que o ideal é não precisar deles. Existem outras técnicas e orientações consideradas mais naturais e melhores para o bebê, sem a utilização do bico. Na minha experiência de mãe, posso afirmar que com o tempo de amamentação o peito vai formando o próprio bico e então você já poderá ir apresentando aos poucos o seio diretamente ao seu bebê até dispensar totalmente os bicos de silicone. E foi exatamente o que aconteceu comigo em algumas semanas e a transição foi maravilhosa e super emocionante!

O Henrique mamou muito, no sentido de muita quantidade de leite. Ele mamava 40 minutos em cada peito, 30 minutos em cada peito, de 3 em 3 horas. Lembro que o mais recomendado é a livre demanda, ou seja, sem hora para mamar. Conosco funcionou assim, em geral, mas quando ele queria mamar antes, mamava também, claro! Ele mamou até 1 ano e 5 meses. Foi bastante, mas eu queria mais. O que aconteceu foi que com as papinhas fora de série e o surgimento dos dentes ele próprio foi se desinteressando e se desmamando. Tomei como um primeiro sinal de independência de mim, de desgarre e de crescimento. No final passei a amamentá-lo somente pelas manhãs e à noite tomava o leite de fórmula, que ele ainda tomou até os 2 anos e alguns meses.

Gostaria de comentar que se você tiver que escolher entre amamentar pela manhã ou a noite, o ideal é que seja pela manhã. E qual a razão para isso? Ocorre que o leite da manhã está repousado, descansado e isso melhora a qualidade do leite. Assim como acontece com todos os mamíferos, por isso aquela recomendação de que quando o bebê dorme, as mães devem dormir também, para descansar o corpo e a produção de leite aumentar. Fica a dica!

Pense na amamentação como o modo de nutrição mais puro para o seu bebê e, sobretudo, como uma forma de proteção imunológica. Isso já é razão suficiente para insistir e ser persistente na amamentação. Não deixe que questões estéticas ou mais práticas para o cotidiano impeçam a amamentação, porque às vezes as pessoas ao nosso redor, que sempre querem ajudar e querem o melhor pra nós podem sugerir a fórmula como alternativa já na maternidade. Acontece todos os dias. Claro que a fórmula pode ajudar, completar em algum momento, mas a amamentação exclusiva até os 6 meses é fundamental!!!

Conforme a orientação do Dr. Zan Mustacchi, com 4 meses os sucos já podem começar a ser oferecidos em doses bem pequenas, uma vez ao dia, e aos 5 meses, as frutas, para começar a conhecer. Acompanhe a etapa inicial da introdução alimentar nesse primeiro momento quando o seu bebê ainda não tem dentes, a partir dos 4 meses. Se puder estender a amamentação (não exclusiva) até os 2 anos, como é recomendado pela Organização Mundial de Saúde, ainda melhor! Um luxo!