Pode-se depreender que a dieta do Dr. Zan e as papinhas fora de série geram vários benefícios para bebês com síndrome de Down. Vou apontar aqui alguns deles, que são os que me fazem ir para a cozinha.
1) Neuronutrição: a dieta e as papinhas fora de série são neuronutritivas, ou seja, além de alimentarem o corpo, elas alimentam a mente dos bebês. Isso porque é nessa fase, nos primeiros dois anos de vida que a rede neurológica dos bebês está sendo formada, portanto, quanto mais alimentos naturais e selecionados e com alto valor nutricional ele puder receber, melhor para o desenvolvimento da sua rede neurológica. Há uma série de alimentos que nutrem o cérebro do bebê, ajudando na construção da rede neurológica, tais como os alimentos que contenham ômegas e as oleaginosas, por exemplo. Em suma, os alimentos que mais contém os chamados ômegas 3, 6 e 9 são os peixes de águas profundas, as oleaginosas e os óleos.
2) Ação antioxidante: vários ingredientes da dieta tem por sua característica ajudar a levar mais oxigênio para as células para evitar o chamado “envelhecimento precoce” ou a neurodegeneração celular. Trata-se do famoso combate aos radicais livres, ou seja, a dieta é anti-aging!
Estudos chegaram à conclusão de que alguns alimentos que beneficiam quem tem o mal de Alzeimer, também beneficiam quem tem síndrome de Down, por serem alimentos que atuam em prol do rejuvenescimento celular.
Os alimentos mais antioxidantes são os que contêm as vitaminas C, E e o açafrão (ou cúrcuma) que atuam na eliminação de radicais livres desde a infância. Os polifenóis contidos no suco de uva tem um papel fundamental para evitar a neurodegeneração e o envelhecimento precoce. Algumas frutas como a romã e os mirtilos também contribuem no mesmo sentido, por serem super antioxidantes.
Por isso, quanto mais alimentos contenham ômegas, elementos antioxidantes e nutrientes que construam a rede neurológica do seu bebê, melhor!
3) Fortalecimento do sistema imunológico e ação antiinflamatória: a dieta e as papinhas fora de série também ajudam a fortalecer o sistema imunológico do bebê por conter alimentos anti-inflamatórios, repletos de nutrientes específicos que atuam na prevenção de doenças. Pode-se citar as frutas que sejam fonte de vitamina C, o brócolis, o espinafre, os cogumelos, o alho, a castanha do Pará (rica em selênio), as algas marinhas, amêndoas, nozes, peixes e ostras, por exemplo. Os alimentos ricos em zinco, como o feijão, a lentilha, a ervilha e o grão de bico também atuam no fortalecimento do sistema imunológico.
4) Facilitação da digestão e manutenção do peso: para alguns bebês a dieta já se justifica somente por esse benefício, isso porque muitos bebês apresentam dificuldade de digerir alguns alimentos. Assim, a restrição a alguns alimentos específicos, tais como a proteína animal (enquanto não tiver nenhum dente), as farinhas e as raízes ou tubérculos é de grande valia, tendo-se em vista a digestão mais lenta devido à hipotonia dos bebês com síndrome de Down. Significa dizer que os bebês com síndrome de Down, por serem hipotônicos, apresentam muitas vezes, maior lentidão na digestão, pois os seus movimentos peristálticos dos intestinos também são mais lentos. Assim, com a dieta funcional, podem digerir mais facilmente.
Esse benefício também ajuda a manter a forma e não engordar, o que é muito saudável! Isso porque se o alimento fica muito tempo sendo digerido nos intestinos, devido à digestão lenta, ele terá uma maior absorção e poderá engordar a criança. A gordura pode ser prejudicial em diversos aspectos, prejudicando os níveis de colesterol e até mesmo gerando problemas cardíacos. Além disso, com o corpo mais pesado, a atividade física se vê dificultada.
5) Aumento da absorção de nutrientes pela via natural: a ingestão de alimentos pela via natural e não-sintética determina a melhor forma de absorção de todos os nutrientes, vitaminas e sais minerais. Assim, o organismo pode aproveitar ao máximo os benefícios dos alimentos e aproveitar a sua carga nutritiva, aproveitando de forma seletiva os nutrientes que precisa e descartando o que não precisa naquele momento.
Somente com os alimentos naturais isso é possível. Nesse momento o equilíbrio nutricional ganha espaço, assim, alguns sais minerais encontrados nos alimentos da dieta se destacam como fundamentais para os bebês com síndrome de Down, de acordo com estudos realizados. São eles: o ferro, encontrados no agrião, rúcula, espinafre, brócolis, couve, feijão e quinoa; o iodo, encontrado na: alface, vagem, agrião, alcachofra, aspargos, ervilha e o magnésio, encontrado no quiabo e espinafre, entre outros alimentos.
6) O estímulo: o seu bebê entrará em um universo de cores, texturas, aromas e sabores que enriquecerá a visão, o paladar, o olfato, o tato, e, se você cantar: a audição também se inclui! Esse estímulo o levará a uma experiência sensorial muito prazerosa (e nutritiva!), além de se tratar de uma verdadeira iniciação do seu bebê à arte da gastronomia.
Essa experiência será, sem sombra de dúvidas, um legado que levará por toda a sua vida. Afinal, a um bebê que se acostuma a comer somente alimentos naturais, nutritivos e saudáveis será muito mais fácil manter esse hábito de comer bem por toda a vida!