Chocolate é sinônimo de prazer! Uma maravilha que aguça todos os sentidos: encanto vivaz para os olhos, paladar sem igual, uma textura que derrete nas mãos e na boca, o perfume que eleva o espírito e até mesmo o som da embalagem abrindo, um deleite para fascinar os nossos 5 sentidos de uma só vez. Um alimento dos deuses, sim! E um super-alimento!

A aura mística do chocolate remonta aos povos Maias (os primeiros a cultivar as plantas de cacau, em 1.000 a.C.) e Astecas que o utilizaram em princípio como remédio e somente depois como uma bebida quente, o “chocolate quente” que era preparado com farinha de milho, baunilha, ervas aromáticas, especiarias e pétalas de flores, inclusive as do próprio cacau, durante os rituais religiosos. Depois ele se tornou moeda e símbolo de riqueza.

A curiosidade sobre essa delícia ainda persiste, agora nas mãos dos cientistas que estão se aprofundando cada vez mais para entender os seus benefícios. Uma coisa é certa: desde os Maias, chocolate fora de série é sinônimo de chocolate puro, amargo!

Quais benefícios?

O chocolate amargo aporta muitos benefícios para a saúde. Ele é antioxidante, anti-inflamatório, anti-aging, ou seja, proporciona longevidade, faz bem para o coração, regula os níveis de colesterol e previne e ajuda no tratamento do câncer, na concentração, é um antidepressivo natural e atua na diminuição do estresse.

O chocolate é considerado um super-alimento, antioxidante por ser rico em polifenóis que geram longevidade nas células! Foi descoberta uma molécula em sua composição, a quercetina que tem a grande virtude de obrigar os genes do envelhecimento a retroceder, ou seja, é antiaging, ou anti-envelhecimento.

Explicação: Os alimentos antioxidantes são importantes na alimentação das pessoas com síndrome de Down, porque eles ajudam a expulsão do óxido de carbono, mais conhecidos como radicais livres. As pessoas com T21 têm mais concentração de radicais livres nas celulas, em razão de maior dificuldade para expulsão deles do interior das suas células, especificamente de dentro da mitocôndria. Por isso se fala em envelhecimento precoce. Esse processo também ocorre dentro do TEA.

Ao mesmo tempo, exerce uma ação balsâmica no coração. 30 a 40 gramas de chocolate amargo por dia podem baixar a tensão, regular os níveis de colesterol, melhorar a elasticidade dos vasos e a fluidez do sangue.

Os principais responsáveis por essa ação balsâmica no coração e nas artérias são a quercetina, os flavonoides e a teobromina, um alcaloide derivado da cafeína. Foram feitas pesquisas e utilizadas técnicas para isolar as moléculas de cacau e convertê-las em suplementos, mas sem sucesso porque nem os flavonoides nem as teobromina se comportam da mesma maneira sozinhos. Fica claro que a mágica do chocolate está nessa mescla, realizada pela natureza na planta do cacau e que os homens transformaram em chocolate.

Além disso, não podemos esquecer, o cacau também favorece a produção de seratonina, hormônio que ajuda a concentração, alivia a depressão e a sensação de solidão. Atua na liberação do estresse e estimula a produção de endorfinas, substâncias essas que ajudam a elevar o ânimo, proporcionando um prazer para o corpo e espírito. Por ser um antidepressivo natural exerce um papel importante em qualquer dieta, seja ela restritiva ou não.

Na sua composição há proporções importantes de magnésio, fósforo, ferro, potássio, cálcio, vitamina E e tiamina.

Com qual chocolate eu vou?

Por isso o chocolate bom é o chocolate mais puro possivel, acima de 70% ou mais em seu percentual de cacau. Nas dietas anti-câncer, a recomendação é o chocolate amargo a 85%. O cacau 100% aparece na confeitaria das dietas anti-câncer, dietas direcionadas para pessoas com T21 e TEA e nas receitas para acalmar o cérebro. O cacau em pó também é rico em zinco, um mineral fundamental para o desenvolvimento cerebral e para o fortalecimento imunológico.

O cacau em 85% e sem açúcar será o melhor dos melhores para se potencializar e efetivamente obter todos os seus efeitos benéficos. Este é o recomendado nas dietas anti-câncer porque durante o tratamento não se deve comer nada de açúcar. Ainda, nas dietas anti-câncer, o chocolate ajuda a limitar o crescimento das células cancerígenas e a frear a angiogênese.

É interessante notar que, entre as gorduras da composição dos ingredientes, apareça somente a manteiga de cacau e não outras gorduras vegetais (não-benéficas).

Em quantidades pequenas o chocolate amargo não altera os níveis de colesterol do sangue, nem provoca as acnes do pós-Páscoa, pois a inflamação da pele não vem do cacau, mas sim do leite, açúcar e gordura hidrogenada, todos ingredientes encontrados no chocolate ao leite.

Quando se trata de chocolate, o segredo do sucesso é menos quantidade e mais qualidade!

Mas e aquele chocolate ao leite? E quanto ao chocolate branco?

Todos os efeitos benéficos que encontramos no chocolate amargo são inexistentes no chocolate ao leite e no branco, então não vale a pena consumi-los. Com eles, você poderá ter o consolo do paladar açucarado, mas não os aportes nutricionais e os benefícios de longevidade e bálsamo para o coração.

Um estudo já antigo, de 2003 revelou que o chocolate amargo aumenta em 20% a concentração de moléculas protetoras no sangue, enquanto que o chocolate ao leite não tem nenhum efeito! E isso se dá por causa do efeito do leite no chocolate. No chocolate ao leite a quantidade de cacau é muito pequena e a de leite muito grande. Por isso, os estudos afirmam que não se deve consumir, ao mesmo tempo, o chocolate amargo tomando leite, pois perde-se todas as propriedades do chocolate.

Já o chocolate branco, tecnicamente nem deveria se chamar chocolate, porque não contém cacau, somente manteiga de cacau (20%), açúcares e leite ou derivados.

Além disso, há toda a questão em torno dos picos glicêmicos. O excesso de açúcar é muito prejudicial à saúde, principalmente quando ingerido por pessoas com deficiência intelectual e com tendência à diabetes. Os picos são prejudiciais em nível cerebral, pois da mesma forma que o pico glicêmico sobe, ele também cai e a pessoa necessitará comer mais alguma coisa em um curto espaço de tempo, daí um caminho aberto para a obesidade também. Poderá haver decorrências neurológicas, cerebrais e glicêmicas, no tocante à diabetes. Em breve falaremos mais sobre os picos glicêmicos e algumas dicas para evitá-lo na alimentação do dia a dia, em novo post.

Qual a melhor hora para consumir o chocolate?

No entardecer há uma tendência de baixar os níveis de serotonina do organismo, sendo por isso que, lá pelas 16h, para afugentar aquele sentimento de sono e falta de energia, nada melhor do que um tabletinho de chocolate amargo para nos devolver a alegria e nos brindar com esse elemento de nutrição prazerosa e benéfica!

Mudança de hábitos

Mas e agora? Estou acostumada(o) a comprar o chocolate ao leite. O que eu faço?

Mudança de paradigmas! A informação pode ajudar a alterar os hábitos aos poucos. Tudo vale a pena pela saúde. Além disso, Páscoa é renovação, portanto um ótimo momento para a reflexão e escolhas mais saudáveis, em prol de uma vida mais longeva e cheia de saúde, tanto para pais, como para os nossos filhos.

Quando estamos bem informados, podemos começar a transformação, romper com velhos hábitos na vida e na cozinha por uma causa maior chamada saúde e uma vida mais longeva e ativa.